domingo, 3 de outubro de 2010

Jingle Político

O som da eleição que faz diferença na votação

O jingle tem 3 opções; paródia, estilo e original. Na paródia o jingle político é baseado em música sucesso que já extiste e neceessita da autorização do compositor. No estilo, o jingle criado se parece com o sucesso escolhido, mas possuí pequenas modificações na estrutura e melodia musical para não afetar Direitos Autorais. Original, os produtores e compositores compõem ritmo, música e letra exclusiva e original para a campanha política do candidato. A intenção é sempre ser diferente em uma campanha, pois um jingle bem feito muda o rumo da campanha política do candidato.Normalmente os jingles são feitos por agencias, sempre com a participação de um representante do político, ou do próprio político. A produção musical depende muito de quanto dinheiro foi disponibilizado para fazê-lo. Existem estúdios de "ponta" que fazem um excelente trabalho musical, cuidando de todos os detalhes possíveis. Incluindo a voz do cantor, se tem o perfil da música que está sendo feita, dos tons, do público alvo, etc. Esses normalmente são os mais caros. Mas existem jingles mais simples, que são direcionados a um público mais simples, que não se a tem a tantos detalhes. E o valor por conseqüência diminui. Acontece algumas vezes, da agencia contratar cantores, e os próprios cantores comporem a música, já outros contam com compositor, cantor, produtor, etc. Quando prontos vão para a aprovação do político, freqüentemente voltam para a agência fazer alteração, até chegar do jeito desejado.
Para esclarecer algumas dúvidas entrevistamos Leandro W Marcucci que é jornalista, publicitário, administrador e psicopedagogo, com mestrado em Gestão de Negócios e Tecnologia da Informação pela Universidade da Espanha. Como músico multiinstrumentista, Marcucci foi proprietário da produtora Artstudios/Onda Sonora, de áudio e vídeo durante 12 anos. Atualmente é Gerente de Desenvolvimento Humano na Marcca Intuicom Comunicação onde desenvolve projetos voltados às áreas de responsabilidade socioambiental, marketing e gestão da qualidade.

Ping-Pong

Repórter: Qual é a definição de jingle dentro da publicidade?
Leandro: Bom. Há várias definições de jingle, mas gosto muito da que o Heródoto Barbeiro utiliza; simples, objetiva e que traduz muito bem as produções atuais:
“Jingle é um anúncio musicado para TV ou rádio”.

Repórter: É pensado na música, ou na letra que ela está sendo cantada?
Leandro: Não existe uma fórmula. Às vezes, começamos pela música (quando se está inspirado), mas geralmente, a letra vem antes. No caso dos jingles políticos, é sempre a letra que traduz o que o partido ou o conceito básico para o candidato e o que se quer passar a respeito dele.

Repórter: Existe um acompanhamento de um músico profissional?
Leandro: Sim. Sempre há um acompanhamento de algum músico ou algum produtor que fica como responsável pela Direção Musical da campanha ou mesmo das mixagens e dos efeitos finais.

Repórter: Se para um político é importante ter um jingle, qual a opinião de um publicitário?
Leandro: Na minha humilde opinião, há jingles “tenebrosos” que nem deveriam ser lançados, pois acabam destruindo a essência e a imagem dos candidatos. Além disso, não é todo candidato que precisa de um jingle. Isto vai muito de quem está coordenando a campanha e da forma como os políticos querem se comunicar.

Repórter: De que forma o jingle influencia na campanha eleitoral? A repercussão é grande?
Leandro: Se for bem feito e tiver um apelo significativo, sim. Quem não se lembra do “Lula La, brilha uma estrela”...

Repórter: Os candidatos ficam por dentro desse assunto? Eles opinam sobre os jingles?
Leandro: Geralmente sim. Na verdade, muito querem acompanhar o processo de criação desde o começo.
Lembro-me o caso de um candidato que queria utilizar o termo “vou tirar você do limbo”... Tentamos de todas as maneiras convencê-lo de que ia ficar horrível e que não combinava ritmicamente. Não teve jeito e a solução foi rimar com “este é o caminho”... Ficou menos pior.
Devemos sempre defender o ponto de vista criativo e argumentar mas se o cliente quiser mesmo, é preciso achar soluções criativas o tempo todo. Afinal, é ele quem paga.

Repórter: Na produção de um jingle, quais os recursos utilizados? (no sentido de produção musical)
Leandro: Utilizamos de todos os recursos tecnológicos como samplers, emacchines e teclados de última geração.
Hoje em dia está tudo mais fácil, pois você consegue fazer download de qualquer timbre na net e utilizar no produto final. Depois, fazemos os acabamentos com instrumentos acústicos e as vozes.
Por último fazemos a mixagem e a masterização, que é o processo de juntar isso tudo numa trilha em estéreo e gravar numa mídia para executar.

Repórter: Qual o objetivo principal de um jingle político?
Leandro: Associar a imagem do candidato a uma música e com isto, aguçar os sentidos dos eleitores.

Repórter: É um investimento que vale a pena? Qual o custo total de um jingle?
Leandro: Valer a pena sempre vale. Na verdade, tentamos mostrar aos comitês e aos candidatos que as peças publicitárias criadas devem ser tratadas como investimento e não como custo. Além disso, os materiais podem ser aproveitados durante toda a campanha que dura em média, 6 meses.

Repórter: Existe um resultado claro, no final das eleições? Faz diferença?
Leandro: Sempre.

Por Rafaelle de Oliveira e Viviana Ramos.

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